A presidente Dilma Rousseff garantiu na tarde de
quarta-feira (12) a representantes políticos de Rondônia apoio irrestrito as
vítimas das enchentes em Porto Velho, Guajará-Mirim e Nova Mamoré. O apoio
logístico com remédios, alimentos e água potável será redobrado e ela concorda
com a decretação de Calamidade Pública nas três cidades. Dilma determinou a
Advocacia Geral da União (AGU) levantamento junto ao Tribunal Regional Federal
para abrir a estrada ligando Buritis a Nova Mamoré, passando por dentro de um
parque nacional. Dilma disse que os dados que chegaram em suas mãos são
preocupantes em relação ao risco de endemias como leptospirose e hepatite. Mauro Nasif
(PSB), prefeito de Porto Velho, participou do encontro, junto com o senador
Acir Gurgacz (PDT-RO).
O encontro de políticos de Rondônia com a presidenta Dilma ocorreu no
dia em que a cheia do Rio Madeira atingiu nova marca história. O nível das
águas atingiu 19,10 metros na quarta-feira (12). O governador do estado,
Confúcio Moura, junto com o prefeito Mauro Nazif, pediram em Brasília ajuda ao
governo federal em infraestrutura e recursos para minimizar os efeitos da
enchente, que já deixa 12 mil pessoas desabrigadas.
Depois do encontro com Dilma, o governador informou que ela determinou
apoio ao estado para prestar socorro às vítimas no que diz respeito a
alojamento, serviços médicos e remoção da população atingida. Para os primeiros
atendimentos às cerca de 2.400 famílias, R$ 7 milhões já foram repassados ao
estado, informou o governador.
De acordo com Confúcio Moura, a União prometeu fornecer aviões e
helicópteros para o transporte de pessoas e alimentos, pois, com a cheia,
municípios ficaram isolados. Um pedido para que se reconheça estado de calamidade
pública na capital Porto Velho aguarda análise do governo até esta quinta-feira
(13).
“A presidenta demonstrou muita preocupação com a situação de Rondônia,
do Acre e do Amazonas, e esteve aberta com a apresentação de necessidades para
enfrentamento dessa situação de emergência”, disse Confúcio. O governador
contou que esperava que a audiência fosse rápida, de apenas 30 minutos, mas que
se alongou por mais de duas horas.
Confúcio também declarou que, até o momento, os recursos financeiros
para as cidades estão sendo rapidamente disponibilizados pelo Ministério da
Integração Nacional. Para o governador, no entanto, os prejuízos materiais são
“grandiosos e impagáveis”. “Não tem dinheiro que vai pagar os danos de
empresários”, disse, citando que estão paralisadas atividades de empresas de
laticínios, abatedouros e madeireiras. Caminhões já enfrentaram filas
aguardando para descarregarem e há reservas de combustíveis submersas. Somente
em Porto Velho, esse tipo de prejuízos está calculado em R$ 1 bilhão.
HABITAÇÃO
Outras medidas prometidas por Dilma são a ampliação de vagas
habitacionais pelo Programa Minha Casa, Minha Vida e o envio de novos
profissionais de saúde pelo Programa Mais Médicos para a capital e os dois
municípios mais atingidos, Guajará Mirim e Nova Mamoré.
Em reunião no Ministério da Integração Nacional ocorrida na terça-feira,
11, o governador também pediu apoio para a construção de uma estrada de 12
quilômetros dentro do Parque Estadual de Guarajá-Mirim para o transporte de
doentes que precisam de auxílio médico na capital. Na quarta-feira a
procuradoria do estado e a Advocacia-Geral da União se movimentavam para o
“convencimento” de que há uma necessidade urgente devido ao “isolamento
absoluto” de algumas cidades.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a última cota máxima
histórica atingida pelo rio chegou a 17,54 metros em 1997. Ontem (11), a
Justiça Federal em Rondônia determinou que as empresas responsáveis pela
construção de duas usinas hidrelétricas no Madeira (Santo Antônio e Jirau)
atendam imediatamente às necessidades básicas da população .
Deputados federais e prefeitos do estado também participaram da reunião,
dentre eles Mauro Nasif (PSB), prefeito de Porto Velho, Capital que é cortada
pelo rio. Do lado do governo, estiveram presentes no encontro os ministros da
Defesa, Celso Amorim; da Integração Nacional, Francisco Teixeira; da Saúde,
Arthur Chioro, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, além do presidente nacional
do PMDB, Valdir Raupp, que é senador por Rondônia.
Fonte: Agência Brasil
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